Semana Santa

O Domingo de Ramos marca o início da Semana Santa para a Igreja Católica, quando acontecem as principais celebrações do ano litúrgico. É o fim da Quaresma e início da Páscoa, que marca morte e ressurreição de Jesus Cristo. A primeira Páscoa é relatada na Bíblia, com a saída dos israelitas do Egito, e desde então é maior das festas judaicas mencionadas já no Antigo Testamento, descrita no livro de Êxodo.

De acordo com dom Sérgio Arthur Braschi, bispo da Diocese de Ponta Grossa, este é o Domingo de Ramos e o próximo, dia 31, a grande comemoração da Páscoa, que representa o dia da ressurreição de Cristo, o fim do sofrimento Dele, depois da
crucificação e morte na cruz. “São os três dias mais importantes do ano para a igreja, chamado Tríduo Pascal, com rituais e celebrações que acontecem em todas as igrejas matrizes. O principal símbolo é o Círio Pascal, uma vela de 60 centímetros. “Ele traz como simbologia a cruz, as letras alfa e ômega, que representam que Jesus é início e fim de tudo, pois é o filho de Deus”, detalha. O Círio é aceso do lado de fora das igrejas e é levado para dentro e por ele são acesas as velas dos cristãos que estão na celebração. “E a luz da ressurreição se espalha rapidamente”, descreve Braschi.

Para a morte

O Domingo de Ramos representa o momento da entrada de Jesus em Jerusalém e a partir daí cada dia da Semana Santa representa o caminho do sofrimento até a ressurreição de Jesus, no Domingo de Páscoa. “Quando o povo com os ramos clamava filho de Davi, Rei de Israel, foi triunfal, mas Jesus estava entrando para o caminho da morte”, descreve.

A Quinta-feira Santa é marcada pela cerimônia do lava pés e a ceia, também celebradas por Jesus antes de seguir ao Jardim das Oliveiras, onde foi preso. “Esta é a noite da tortura, que desemboca no julgamento, em que Jesus é entregue por Pôncio Pilatos e às 15 horas da tarde de sexta-feira, quando temos então a solene ação litúrgica da paixão e morte de Cristo. É o horário que Jesus morreu e é na sexta que acontece a procissão  e as encenações sobre o sofrimento do Senhor na terra”, detalha o bispo.

Vigília

Na Sexta-feira Santa à noite, às 19:30, acontece a procissão do Cristo morto, no sábado às 20 horas, ainda de luto, a igreja faz a vigília pascal, para então, no domingo, festejar a ressurreição de Jesus Cristo. A vigília é o ponto alto de todo o ano litúrgico, que começa em novembro, no primeiro domingo do advento. “É o ponto mais alto do ano para a Igreja Católica”

Ressurreição de Jesus é momento de festa para igreja

De acordo com o bispo, Jesus ressuscitou ainda antes que o sol nascesse no domingo. “Estamos muito ligados ao crucifixo e esquecemos que Jesus ressuscitou, o filho de Deus, pela sua força saiu do sepulcro, e é por isso o ovo como símbolo da Páscoa, do pintinho que consegue sair da casca, como Jesus saiu do sepulcro, por suas próprias forças e precisamos repensar o centro da nossa fé, em um mundo que vive no consumismo e sem os valores do amor verdadeiro, precisamos resgatar o respeito à dignidade”, compara.

No domingo de Páscoa, na missa às 9 horas, a cor branca já predomina nos paramentos, que antes eram roxos, e a cerimônia é marcada pela benção da água batismal. “É o momento do canto da glória, que não houve durante toda a Quaresma”, lembra. 

Paixão de Cristo inspira encenações pelo mundo há séculos

Uma das tradições mais antigas inspiradas na Paixão de Cristo são as encenações que mostram os últimos momentos da vida de Jesus, segundo os evangelhos. Algumas celebrações ocorrem há centenas de anos. A Paixão de Cristo de Sordevolo, por exemplo, é encenada há mais de três séculos, “La Passione”, como é conhecida na Itália. A pequena cidade se transforma em palco com mais de 700 moradores que viram atores.

A encenação de Oberammergau  começou em 1633. Os moradores da pequena cidade alemã sofriam com peste negra e prometeram encenar a Paixão de se não houvesse mais vítimas da epidemia. No ano seguinte, começam a cumprir a promessa e até hoje as encenações acontecem. A próxima temporada será em 2020.

O México tem famoso teatro ao ar livre inspirado na Paixão de Cristo, que acontece em Iztapala. Após epidemia de cólera em 1843, os 10 anos seguintes não registraram nenhum caso da doença. Em agradecimento, os moradores representam anualmente o último dia da vida de Cristo, atraindo cerca de 3 milhões de pessoas. No Brasil uma das mais conhecidas é de Nova Jerusalém, em Pernambuco, que acontece desde 1968.

Horário das celebrações na Paróquia São Bento:

Quinta – Missa do Lava-Pés  às 20 horas

Sexta -  Procissão da Via-Sacra as 6 horas, celebração às 15 horas e celebração do Senhor Morto às 19:30 horas

Sábado – Vigília Pascal às 20 horas

Domingo – Celebração da Páscoa às 9 horas.

Lembrando que um dos Mandamentos da Igreja é: comungar ao menos uma vez pela páscoa da ressurreição, então esteja em dia com sua confissão, e não deixe de comparecer à missa no domingo.

Texto extraído de: portalpontagrossa.com.br